A prática regular de atividade física é uma necessidade para as crianças e uma fonte de incertezas para os pais.
A vida nos grandes centros urbanos impõe enormes restrições à atividade física espontânea das crianças. Essas restrições acabam por induzir a hábitos extremamente sedentários. Esta tendência é alimentada pela verdadeira sedução das maravilhas oferecidas pelos video-games e computadores. Assim, torna-se eminente o risco de graves consequências para a saúde física e mental.
Para interferir neste quadro, a providência que sem dúvida revelará a preocupação e sobretudo o bom senso por parte dos pais será sempre a de estimular a criança para a prática de atividade física.
Devemos oferecer condições para a criança manifestar sua tendência natural e espontânea de liberar sua vontade de correr, pular, chutar, etc.
Infelizmente nas grandes cidades são cada vez mais raros os grandes quintais, os “campinhos” de futebol e os terrenos baldios de antigamente. Quantos de nós pais, não temos lembranças inesquecíveis de uma infância de intensa atividade proporcionada pelo espaço físico adequado?
Este fato leva à necessidade da interferência dos pais para propiciar o espaço físico e o ambiente social adequados à prática da atividade física, oferecendo alternativas para substituir o que as grandes cidades não oferecem mais. Os centros esportivos, as praças, os parques, escolas de esporte e outros locais adequados devem sempre estar ao alcance das crianças.
No entanto, tal interferência nunca poderá ser uma imposição, uma vez que, para que um hábito seja adquirido, o aspecto mais importante a ser respeitado é a vontade da criança. Com certeza sempre haverá uma proposta que será bem recebida. A preferência da criança deve ser respeitada. Se por alguma razão, por exemplo, ela não gosta de nadar, apesar de todos os benefícios da natação devemos oferecer outras alternativas.
É oportuno também destacar os problemas eventualmente decorrentes da iniciação precoce em atividades competitivas. Neste caso, os problemas aparecem quando programas de treinamento com exagero de sobrecarga são impostos com objetivos de melhora de desempenho em prejuízo da saúde.
Deve também ser preservado o aspecto psicológico evitando-se a transferência para a criança de uma carga de responsabilidade quanto à obtenção de resultados e a competitividade. Nada pior do que o chamado “paitrocínio” levado às últimas consequências.
Assim como o adulto, a criança deve fazer esporte com prazer, a fim de desenvolver sua coordenação motora, sua saúde física e mental, e também promover sua melhor integração social.
Colaboração: Dra. Gerseli Angeli
Fernanda Dal Piccolo, via facebook, perguntou: “Qual seria a melhor idade para trocar as brincadeiras por aulas de judô, natação… preocupando-se com o desenvolvimento físico e intelectual da criança”?
Fernanda, Existem dois aspectos a serem considerados : O primeiro diz respeito ao desenvolvimento da criança, e sua competência para iniciar determinadas modalidades. Nesta questão cada modalidade tem certos requisitos para a idade de iniciação, sendo inadequado fixar uma idade para todas elas. O segundo aspecto é o respeito à vontade da criança. O ideal é sugerir algumas opções e deixar a criança escolher, mesmo que ao experimentar ela perceba que não gosta e vc tenha que tentar outra opção. Geralmente ela vai optar por aquela que até pelo estágio de desenvolvimento ela se adeque melhor.
Obrigada pela dica!