Este é um tema que sempre gera controvérsias e sensacionalismo. O assunto voltou à mídia quando recente o treinador do Nápoli, time de futebol da Itália, anunciou que seus atletas estavam proibidos de ter atividade sexual dois dias antes de cada jogo do clube. A medida era “reforçada” por uma estatística que apontaria para uma diminuição do número de lesões após a implantação da norma.
Para qualquer especialista da área de ciências do esporte tal justificativa carece absolutamente de fundamento. Existem trabalhos científicos que constatam que a atividade sexual representa um gasto de energia que comparado ao que os atletas despendem, por exemplo no aquecimento feito imediatamente antes dos jogos resulta em valores absolutamente insignificantes. Dentro da lógica de “poupar” o atleta ele não poderia, portanto aquecer antes dos jogos!
É claro que não estão computadas as “extravagâncias” eventualmente cometidas, principalmente quando associadas a noitadas e consumo de álcool com privação de sono etc.
A atividade sexual em si é absolutamente “inocente” do ponto de vista de desgaste físico. Falando das “extravagâncias” que poderiam ser “perigosas” me vem à lembrança um episódio contado por um amigo, hoje ex-jogador que me contou o seguinte:
– Quando eu jogava em um clube no México, no auge da juventude e vigor físico, passei a namorar uma jovem mexicana muito atraente que era extremamente ativa sexualmente. Mais do que isso era dada a experimentar extravagâncias durante o sexo. Num desses momentos de “arrebatamento” resolveu me solicitar uma posição sexual na qual ela apoiava o pé na prateleira da sala! Como ela era mais alta que eu, para atender à solicitação inusitada, tive que me esticar todo e tive uma distensão na panturrilha!!!
Talvez esta história possa dar só um pouco de razão para o técnico do Nápoli!
Saiba Mais
A interação entre atividade sexual e atividade física há muito tempo desperta a curiosidade não só de atletas e profissionais que trabalham com esporte, mas também da comunidade científica.
A respeito do tema exercício e sexo, encontramos trabalhos científicos publicados há mais de 40 anos.
Nesses estudos foram avaliados atletas profissionais e amadores de diversas modalidades, homens e mulheres.
A teoria que sustenta a tradicional abstinência sexual pré-competição está embasada na hipótese que a frustração pela falta de sexo, aumentaria a agressividade e mais ainda, que a ejaculação provocaria uma diminuição nos níveis de testosterona.
No entanto, Chiley 1996 destaca que a atividade sexual imprime pouco ou nenhum efeito sobre a performance atlética. Bonne e Gilmore 2000 demonstraram que a prática de sexo 12 horas antes de um exercício máximo em esteira, não teve impacto negativo sobre a potência aeróbica, pulso de oxigênio e duplo produto.
Trojan 2006 in Pupis et al relata que a abstinência da atividade sexual não resulta em aumento da competitividade, como muitos técnicos e profissionais do esporte afirmam. De acordo com o autor, os níveis de testosterona não são afetados após a prática de sexo. Por outro lado, Mikulová 2003, in Pupis et al, afirma que a prática sexual tem seus efeitos positivos, uma vez que promove o aumento dos níveis de endorfinas, neuro-hormônios responsáveis pela sensação de bem estar.
Além disso, em relação ao tópico dispêndio de energia, cabe ressaltar que uma atividade sexual convencional dura aproximadamente 5 minutos e possui um gasto calórico em torno de 4 calorias por minuto (Boone & Gilmore 1995), podendo portanto, ser considerada uma atividade de intensidade leve (equivalente a subir dois lances de escada). Segundo os autores, a falta de atividade sexual pode ser mais negativa para o desempenho esportivo do que sua prática pré-competição.
Esses achados confirmam os resultados encontrados por McGlone, Shier 2000 e Anderson et al 2001 que afirmam não terem encontrado prejuízos à atividade esportiva entre 12 e 48 horas após a atividade sexual.
Co-autora: Dra Gerseli Angeli
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