Em agosto desse ano, cientistas publicaram um trabalho demonstrando que o ganho excessivo de peso durante a gestação está diretamente relacionado com a obesidade infantil.
Esse é apenas mais um motivo para que as futuras mães lancem mão de recursos que as auxiliem a manter o peso durante o período da gravidez. Nesse sentido não há nada melhor do que exercícios e alimentação equilibrada.
De acordo com as diretrizes do Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia a alimentação deve prever um aumento da ingestão calórica da ordem de 300 calorias por dia, a partir da 13ª semana, priorizando o consumo de carboidratos. Ainda de acordo com essas diretrizes, 30 minutos de atividades físicas moderadas por dia são suficientes para atingir os objetivos básicos de manutenção da saúde da gestante e da criança.
A prática de exercícios durante a gestação tem papel extremamente importante para a saúde da mulher uma vez que durante esse período ocorrerão grandes alterações em seu corpo, que exigirão adaptações físicas e fisiológicas que por sua vez implicarão em sobrecarga para diversos órgãos e sistemas.
Os exercícios de fortalecimento devem ser voltados para a proteção de músculos, ossos e articulações que serão sobrecarregados pelo ganho de peso e pelo aumento da elasticidade dos ligamentos. O deslocamento constante do centro de gravidade pelo aumento da barriga faz ainda com que a mulher fique mais propensa a quedas. Os exercícios devem possuir menos carga e maior número de repetições.
Os exercícios para ganho de flexibilidade devem ser realizados com bastante critério, uma vez que os ligamentos estão mais frouxos.
Os exercícios aeróbios devem auxiliar na manutenção do condicionamento que tenderá a diminuir em decorrência das adaptações cardiorrespiratórias que ocorrerão a fim de suprir as necessidades do feto. Esses exercícios devem, preferencialmente, abranger grandes grupos musculares. Caminhar, pedalar, dançar, nadar são excelentes opções. A percepção de esforço é uma ótima forma de controlar a intensidade dos exercícios.
Um detalhe muito importante durante a prática de atividades físicas é a necessidade de se manter uma hidratação adequada a fim de manter o equilíbrio térmico. A taxa metabólica basal aumentada e os níveis aumentados de progesterona promovem um aumento na produção de calor, e portanto, favorecem a desidratação e a hipertermia que são prejudiciais para o feto e para mãe.
Por fim, vale a pena lembrar que a gravidez não é o momento para se melhorar de maneira significativa o condicionamento físico, pelo contrário a gestante deve estar preparada para perder condicionamento com a progressão da gestação.
Benefícios do Exercício para o Feto:
- Melhor condição do recém-nascido por ocasião do parto;
- Melhor faixa de peso corporal (desde que a mãe mantenha uma alimentação adequada);
- Alterações estruturais favoráveis no músculo esquelético;
- Maior nº de vasos sanguíneos na circulação coronária: menor risco de coronariopatias.
Exercício no Pós-Parto
- A maioria das alterações fisiológicas e morfológicas ocorridas durante a gravidez persistem entre 4 e 6 meses após o parto;
- A redução de peso durante a amamentação é seguro e não prejudica o ganho de peso do neonato;
- A diminuição da produção de leite está associada à ingestão inadequada de líquidos e nutrientes;
- Mulheres que amamentam devem fazê-lo antes dos exercícios;
- O retorno às atividades físicas após a gestação auxilia no combate à depressão pós-parto.
Co-Autora: Dra Gerseli Angeli
Ola Professor Turibio! Gostei mto do tema da matéria e claro da forma como foi escrita. E fica aí um pedido para que haja mais textos sobre o tema. Já sabia algumas das informações aki presentes mas teve tb novidades pra mim. Como colega de profissão gostaria de poder ter mais informações a respeito já que estou com alunas gestantes. Abraço e parabéns pelo trabalho! Obs: Assisti uma palestra sua sobre hidratação com o prof. João Bouzas na UFV há alguns anos e gostei mto tb apesar do pouco tempo!
Caro Carlos. Muito obrigado pelo comentário. Um grande abraço. Turibio